quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Straight to the point...

Desde sempre foi uma luta inglória na vida a tal coisa do "mostrar seu valor", sabe? Sempre uma batalha chata, confusa e cansativa estabelecer o meu lugar nesse mundo. Nada foi fácil, posso dizer. Vez em quando, cansado de tudo, dava vontade de ficar assim, imerso e introspectivo, tentando recuperar as energias pra poder começar de novo. E lá vinha mais um dia de lutas e contradições.

Fato é que cresci enfrentando tudo isso. Subjugado pelos meus pais durante a infância, zombado pelos aborrecentes na aborrecência, desvalorizado por amigos na juventude e, agora, pressionado pelas atribulações profissionais na fase adulta. Será que não tem folga?

Pois bem, aprender a me posicionar foi uma lição difícil e longa, mas ainda hoje é preciso workshop e atualização, sabe? Esses tem sido dias bons, mas difíceis... as oportunidades vieram acompanhadas de um enorme peso nas costas. E é preciso encarar os desafios com exatidão. Há meses que a psico me pergunta: "E os outros fatores?"... Eles estão lá, eles acontecem, mas nada que mereça tanta dedicação por esses dias...

Eu sei que vou vencer de novo, porque não sou dado à derrota... e nesse caminho de pedra, a gente aprende exatamente o quanto a gente vale. Esses dias mesmo numa cena absurda e incrível de "Shortbus" (assistam). Um ex-michê disse que, na prostituição, tinha uma coisa que ele valorizava muito: a realidade. Ali ele sabia exatamente quanto é que ele valia. Foi quando a menina ao lado perguntou: "Quanto foi o maior valor que vc ganhou em um programa?" E ele: "$389"... Ela então tirou uma foto do moço na polaróide, pegou uma caneta e anotou na foto: "$389 =>".

Quando ele viu a foto e a anotação, começou a chorar de imediato. Era o quanto ele valia nessa vida. E valia o máximo que já pode conquistar. Também chorei quando vi a cena... Afinal todos nós valemos o máximo que já conquistamos. E não me refiro à quantidade ou o material.

Dessa forma eu sei exatamente o quanto eu valho... E sei exatamente como vou enfrentar isso tudo. E sei que não é absolutamente nada para quem chegou até aqui. Mas é que às vezes eu preciso me lembrar. Só me lembrar. É quando bate aquele cansaço, sabe? Aquela saudade da mãe, do tempo que as preocupações eram poucas, de quando eu tinha três horas por dia para não pensar em absolutamente nada...

Fato é que às vezes cansa, né? Então penso que Deus bem podia, nessa vida, de vez em quando, bem de vez em quando, nos dar umas férias... sacumé? Como, eu não sei, mas que seria bom, seria...

Joga pro Universo!!!

5 comentários:

Anônimo disse...

É, Deus poderia nos dar férias, ou presentes tão grandiosos que não nos fizessem duvidar dele!
Assim, certeiro feito bala de revólver.

FOXX disse...

nossa!
me identifiquei dessa vez!
super me identifiquei!

Jean Patrick disse...

texto muito realista!
a facilidade de saber quanto vale é que evita ilusões e frustrações (as vezes neh, kkk)

André Mans disse...

SERÁ QUE seria menos gostoso se fosse mais fácil? SERÁ QUE realmente somos avaliados dessa maneira? Não sei, mas obrigado por me fazer questionar. E joga mesmo!

Rafa disse...

Nossa! Muito bom seu post! Eu estou numa fase destas.. quebrar pedreiras, provar da força que existe ou, ao mennos, inventá-la. Bj