sábado, 22 de novembro de 2008
Desventuras - Parte 2...
Um certo dia, a Terra do Nunca desapareceu entre as nuvens. Foi quando o menino despencou em meio a vida real sem direito a explicações. Elas não vieram. Tampouco aquilo que ficou pra trás. E, dessa forma, o menino precisou descobrir o novo mundo por si só. Ficou de lado a inocência, perdida, a felicidade, os sonhos e ilusões. Ficou um gosto amargo na boca e uma saudade no peito. Além de um sentimento esquisito de inadequação imediata. Ano após ano, mantinha tentativas incessantes de recomeçar do zero, recomeçar nova vida, novo rumo, novo caminho. Mas logo tudo voltava a ser como era e ele voltava a sentir-se perdido em meio a tudo. Violentou portas e obstáculos, dedicou-se com esmero, tentou o que foi preciso para estabelecer-se nesse mundo. E máscara após máscara, foi somando personalidades determinantes para servirem de escudo. As máscaras, porém, somavam-se à sua pele macia, ao sangue, às células. Aderiam a si numa osmose incoerente, causando confusão. Talvez seja por isso que hoje ele carregue tantas pessoas dentro de si, que não consiga viver sem defender-se do mundo, ou que viva sempre nesse turbilhão. É que, de fato, as máscaras arrancadas sempre levam um pedaço dele consigo...
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5 comentários:
Um toque sutil de poesia... uma delícia de escrita! Beijos, queridão.
mas todos usamos máscaras.. não há problema... o mal está em se perder nelas..
o que comentar: ser clichê e falar das máscaras? ou pensar o dia que eu deixei a terra do nunca? o que comentar?
Tá se explicando, meu amigo? kkkk...Olha, Rousseau é que estava certo: nascemos bons e a sociedade nos corrompe.
Ou não? Acho que não. Prefiro acreditar em índole. Fique do lado bom, amigo.
Abraços,
Enfil
Talvez sim, Enfio, talvez sim... é que, quem sabe explicando eu consigo entender. Saca?
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