Desabafo

Tá. Eu sei que é tendência minha levar as coisas a sério demais. E tudo bem que isso tá relacionado a uma série de coisas. Mas, na verdade, é que ultimamente tenho descoberto uma coisa muito importante que é essa minha falta de adaptação à promiscuidade. Calma, não sou santo. Mas quem está ali nos poucos momentos em que eu resolvo me jogar, de certa forma não sou eu, mas uma personagem criada exatamente para me adaptar a isso. No fundo, no fundo, eu gosto mesmo é dessa segurança, dessa certeza, dessa cumplicidade. Gosto de ir além sabendo que estou com alguém que vai junto, sabe? Gosto de acreditar nas palavras, gosto de me sentir parte, gosto de mentir um pouquinho. E o phoda, na verdade, é justamente ficar tentando se convencer que a gente não é assim. Pior, ficar tentando agir como se assim não fosse. Eu não consigo. Não mesmo. Tá na cara. Por isso mesmo é que fiquei assim, meio bobo, meio louco, meio sem jeito... tentando saber mesmo até onde eu podia ir. Até perceber que não podia ir a lugar nenhum - coisa das mais difíceis quando se baseia-se em especulações.

Enfim, fato é que me senti magoado sim, ofendido sim, mas principalmente triste. Triste em acreditar que era tudo fantasia da minha cabeça, triste em não ouvir a situação real que de fato justificasse tudo, triste em me sentir um marionete bobo e vulnerável, e principalmente triste em me sentir rejeitado. Até porque essa coisa de rejeição mexe com orgulho próprio, dói, enlouquece... coisa das mais doidas...

Mas enfim, ponto final. Acontece. E o jeito é partir pra outra. Quem sabe dessa vez menos ansioso e mais tranquilo. Quanto ao moço dos olhos verdes (que inclusive pode estar lendo isso aqui), isso aqui não é nenhuma direta ou indireta não, apenas um desabafo no canto das fragilidades. E não te odeio mais não, certo? Só não me venha querer marcar encontros...