quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Chique é ser inteligente!

Tá certo que lidar com a Moda é um destino traiçoeiro e infeliz, repleto de desejos, sonhos e criações que, à primeira vista, podem parecer supérfluos. Criar É supérfluo. Afinal o novo é sempre um extra, um deslumbramento para os poucos que tem acesso a ele. O que, de certa forma, corresponde praticamente ao conceito teórico de luxo: o inacessível.

O que os pobres mortais não vêem é que, de uma forma ou de outra, o deslumbramento, depois de novidade, vai tomando corpo e descendo as camadas hierárquicas, atingindo a massa através de idéias que, homogeneizadas, criam história. Ciclo um tanto redundante, a partir do ponto em que somos a base modeladora das inspirações. Nós e nossos desejos. Nós e nossas histórias.

Isso é o que faz a nós, fashionistas, suspirar, enquanto assiste Miranda Priestly - a toda poderosa editora de O Diabo Veste Prada - destilar todo o processo comercial que transforma as tendências de grifes em nossa roupa do dia-a-dia.

Os que não conhecem, ou preferem superficializar o processo, podem ver como meu pai e resumir tudo em uma palavra: frescura. Mas, irônicamente, serão vítimas dessa mesma "frescura" quando tiverem na arara de uma loja procurando um look "básico" para o dia-a-dia, enquanto recitam o famoso mantra: "Eu não me preocupo com a moda". Mesmo aquelas, que em algum canto do Brasil, costuram seus pobres vestidos de chita para cobrir-lhe a pele. Ou as tribos que se valem de seus adereços para manter a identidade. Ou aqueles, mais liberais, que apreciam o nu. Tudo é Moda.

Por isso é tão genial ler uma boa crítica de moda. Quando se vê as fantasias de um desfile esmiuçadas por alguém que sabe das coisas. Trabalho que exige inteligência, mas principalmente sensibilidade. Um olhar atento e uma língua afiada para salpicar aqui e ali as origens da criação, a história que lhe inspirou e aquilo que está por vir. Um certo poder para transformar em corriqueiro aquilo que achamos ser invenção. Para caminhar, elegantemente, acima de criações e criadores, compradores e criaturas...

Hoje a chefa me encaminhou uns textos de uma colunista do site da Daslu: Gisela Rodenburg. Ela com seus textos simples e olhar consciente que transforma em palavras aquilo que a gente talvez sente, mas não vê. Simplesmente um gênio. Você acha besteira? Cuidado, duvido que possa fazer igual.

12 comentários:

Anônimo disse...

Pedrinho, querido!!!

Que orgulho!!!! Vou fazer visitas diárias ao blog!

beijos da "chefa"

Serginho Tavares disse...

concordo com cada caractere que você escreveu ai
só não concordo com o seu sumiço
do meu msn [me bloq?] do meu blog...

beijos
ainda esperando

Demian disse...

Virge, meda das visitas diárias da chefa... hahahaha

Marion disse...

Demian, ter a chefa como leitora...ahah que perigo!

Adorei o post! Sabe, eu sou uma ignorante em moda. Queria entender mais. Mas é um mundo tão estranho para mim... aliás, quando vc vai ser o meu personal stylist? PRecisamos sair para fazer comprinhas!

Beijos

RAPHAEL JÚDICE disse...

Texto fabuloso. Não há como fugir da moda, principalmente quando entendemos que ela não dita somente o que vestimos, mas como agimos.
Desde ao mais desapegado até àquele mais apaixonado, todos estamos a mêrce desta deusa criadora do belo e do anti-belo.Seja como for, tudo é conceito, tudo é identidade, tudo é atitude. Moda é frescura? Sim! Mas no sentido de frescor, não de banalização. Nestes últimos tempos, comecei a perceber muitas pessoas que se apegam ao estilo retrô ou vintage. Para minha surpresa semana passada, me deparei com um caderno da folha que dizia que a Tendência de 2009 é a retomada do design antigo, apimentado pelas inovações de agora. Frescura? Quem é que está procurando raiz, quem está procurando um pouco de chão? Os pesquisadores de tendência perceberam isso à cinco anos atraz, ou eles querem que desejemos tudo isso? Seja como for é uma via de mão dupla! Nossa época é essa, onde até mesmo o passado é remodelado e se torna moda. Beijos!

Bridget Jones disse...

Gatchinho,

Ninguem melhor para falr de assuntos chiquetósos do que uma pessoa chiquetérrima como vosmicê. AMO!

Vc some, desaparece, deixa saudades e nem dá notícia... Desnaturado, mas ainda te amo, e vc sabe...

Tem post novo lá no "Para-raio" e eu quero te ver lá! Só pra dar beijo, mas vai, né?

[Implorando] Adoro!

Anônimo disse...

Sabe aquelas pessoas que, ao se depararem com um quadro, uma obra de arte, dizem: isso até meu filho de 5 anos faria igual...

Não, não faria. A questão da moda é a mesma coisa. Se há vida inteligente, e há, ela também vive no mundo da moda. Não é pra qualquer um.

Abraços, amigo!

Enfil

Marcos Freitas disse...

Hum, eu queria entender de moda, sei q uso o q eles escolheram num dado momento

Ale Lima disse...

EU não entendo de moda,porém respeito os trabalhos dos profissionais que trabalham na área, pois é uma atividade como outra qualquer. Porém, acho o fim a sociedade escrava dos conceitos , " tendências ", do consumo desenfreado, criado artificialmente como uma " necessidade " de ter e usar as últimas tendências . Enfim, o q achei legal na Europa, berço da moda, é que as pessoas podem usar qq coisa, entrar nas lojas das principais grifes como se estivesse indo a feira-livre e ninguém olha torto pra vc..bjs

RAPHAEL JÚDICE disse...

A questão é que não se vive mais sem tendências ou conceitos...a moda é só mais uma ferramenta conceitual entre tantas outras que regem a vida. Se vc não come carne é vegetariano, o que faz um vegetariano?Porque não comer carne? Qual o conceito? Isso é tendência? tendência a que e porque? Entrar em uma loja de grife com roupas mais confortáveis é um conceito e uma tendência. Não somos escravos de tudo isso, ao contrário somos os inventores de tudo isso. A sociedade é produto daquilo que juntos desejamos ser, agora se um imenso grupo social de pessoas não gosta do modelo vigente, da mesma forma que criamos, recriamos, e aí o que fazemos? è preciso botar a mão na massa, mas quem coloca? O que acho mais fascinate na moda, é que no fundo ela influencia nossos desejos, mas muitas vezes desejos que são inconcientes. Se não me toca não uso...mas se me toca porque uso? A moda é o tempo. Passa rápido, se enche de glória fácil e definha muito fácil. Porque isso? Na idade Média existia a moda? Certamente que não. Pare o tempo que conseguiremos parar a moda.

FOXX disse...

disse tudo com mta propriedade...

Anônimo disse...

Só a foto de "Jaqueline e suas pérolas" dispensam qualquer comentário.
Mas eu comento assim mesmo, não, não faria.