sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Decifra-me ou devoro-te!

Depois de toda a complicação que houve lá em casa por conta das revelações sexuais - o que definiu uma "segunda fase", por assim dizer, na vida - e não antes das idas e vindas que tudo isso gerou, houve um certo recomeço. Onde, declaradamente, eu resolvi correr atrás daquelas coisas que a gente sempre espera para amanhã, pra depois, pra um dia.

Isso me fez me aproximar de algumas pessoas que, eu não sabia, mas iriam me acompanhar pela vida toda. O núcleo central - claro que sempre houveram adjacentes aqui e ali - eram três amigos que, naquele momento, se tornaram a essência de tudo: o Marcelo que hoje mora comigo, o Raphael dono de um talento invejável pra tudo, e o João que é assim, um pai, um irmão, um amor...

Nessa turma vivíamos num outro patamar. São pessoas inteligentíssimas, interessantes, densas, difíceis. Cada um com suas qualidades e defeitos que defendia com unhas e dentes, com seu temperamento inadequado, com suas vidas e projetos... e frustrações... assim como acontece em qualquer turma, obviamente. A gente passava noites em discussões homéricas a respeito de tudo, íamos longe, íamos além... E quando a ansiedade não cabia no lugar, a gente pegava um ônibus qualquer e partia pra metrópole mais próxima. E assim caminhávamos tardes inteiras sem rumo, visitando ruas, shoppings, museus... Eu achava, mesmo, que éramos seres únicos nesse mundo. Exemplares feitos sob medida. Até porque, mesmo com toda essa densidade, sempre houve um respeito intrínseco ali que nunca precisou ser declarado. Nosso discordar é civilizado, por assim dizer. E poucos e raros eram capazes de entender e compreender, e nos amar assim de pronto.

Eu sinto muita saudade disso, sabe? O que vejo, são pessoas superficiais que não conseguem desenvolver uma conversa, que são ignorantes ou não tem interesse afundo em nada. Pode até ser culpa da internet, da globalização, da agilidade na comunicação de hoje, do desenvolvimento das metrópoles. Não sei, escolham a sua opção. Eu só acho triste. Muito triste.

Enfim, não sei exatamente porque estou falando isso tudo... Talvez porque, depois de um certo tempo, eu tenha voltado a travar alguns depoimentos com o Rapha. Talvez por uma saudade medonha que me bate vez ou outra de me aconchegar no colo do João. Talvez, e mais certo, porque eu sou de câncer em câncer. E Pronto. Talvez porque, lendo as aventuras da Maitê tenha dado uma certa vontade de falar das minhas... Ou talvez, também, por essa ambiguidade terrível que existe aqui dentro e que poucos conseguem sacar... coisa, essa, que, por esses dias, parece ser posta a prova a cada momento... Afinal, como diz o ditado: eu não sou só um rostinho bonito... hahahahahahaha...

Pensando melhor, acho que tô mais pra esfinge, é isso: "Decifra-me, ou devoro-te!"
Hummmmmmm.....

8 comentários:

Serginho Tavares disse...

É um rostinho bonito, um corpo gostoso e uma mente brilhante!

RAPHAEL JÚDICE disse...

Te amooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!
Retomar contato contigo me fez resgatar algumas coisas perdidas tb.Preciso tomar vergonha na cara, catar o João e passarmos nós 4 uma tarde (ou noite ) em Sampa.Voltar a ter uma daquelas noites que não deveriam acabar nunca.beijos!

Anônimo disse...

Difícil falar qualquer coisa quando se é personagem (principal - rsrsrs) dessa fase(barra)história.

Tempos maravilhosos que, penso que, não voltará.

Marcos Freitas disse...

Eu também sinto falta de muitos momentos que ficam apenas na memória, momentos bons, porém pouco aproveitados, sempre esses momentos serão pouco aproveitados, pois eles tem um intenso prazer, e por mais que dure, sempre acaba cedo.

Ale Lima disse...

Eu me achava interessante, até descobrir que era superficial. Na verdade, eu me tornei um superficial, sem conseguir transformar interesses em coisas práticas...agora, depois de tomar um susto daqueles, vou ter que reaprender a viver..bjs

Anônimo disse...

CONCRDO TANTO COM VC... AS PESSOAS SE ESVAZIARAM TANTO, SE SUPERFICIALIZARAM TANTO. SE VC TEM COM QUEM RETOMAR UMA CERTA INTIMIDADE, PROFUNDIDADE, NUNCA TITUBEIE, VÁ DE CABEÇA, POIS ISSO É RARO.

Anônimo disse...

Quando vc se desvenzilha de o que vão pensar, quando voce encara que a tua vontade é a única coisa que sacia, vem a sensação de ter perdido muita coisa, mas não é assim não, vc só está relembrando de momentos onde voce era livre e isso era raro.
As coisas não perderam os valores, nem se superficializaram, apenas ainda não encontraram e admitiram suas reais felicidades.
Pega essa carinha, nesse corpo livre e feliz e vai lá pega o João, a Maria, o Jose, pega eu e vai matar a saudade que agora é a vez dela se libertar.

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom